Bomayê: Com EP político, Rota 54 comemora 15 anos de estrada.
O novo trabalho, que carrega questionamentos políticos e sociais, marca os 15 anos de estrada da banda paulistana.
Publicada em 03/03/23 às 10:06h - 112 visualizações
Paola Zambianchi
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(Foto: Foto: Jeff Marques)
Após o lançamento do single “Ali”, o Rota 54 divulgou nesta sexta-feira (3) o EP de quatro faixas, “Bomayê”. O novo trabalho, que carrega questionamentos políticos e sociais, marca os 15 anos de estrada da banda paulistana.
A reflexão já parte do título “Bomayê”, termo que aparece na música Ali e que no dialeto africano lingalês, significa “Acabe com”. “A mensagem que queremos passar com o EP é: Bomayê (acabe com) o racismo, a homofobia, o machismo, a intolerância religiosa, o genocídio do povo negro e indígena”, conta o vocalista Caio Uehbe. “Usar um termo africano tem muito significado, pois é necessário superar essa visão eurocêntrica, judaico-cristã, heteronormativa e masculina. É necessário descolonizarmos nosso olhar e nos africanizarmos em busca da nossa verdadeira essência e de uma nova forma de encarar as relações sociais e do ser humano com a natureza”.
A faixa destaque no lançamento do EP é “Mais Uma Estação”, que narra um retrato da rotina da maior parte da população da cidade de São Paulo, em que a jornada de trabalho é cada vez mais extensa, e suas condições cada vez mais precarizadas. “Nossos sonhos vão se perdendo na nossa rotina extenuante e vamos deixando um pouquinho de nós em cada lugar que passamos no cotidiano metropolitano: ‘O velho herói que sempre fui... Barra Funda, Liberdade, Ipiranga, Carrão... Se perdeu em alguma estação... Tiradentes, Paraíso, Sacomã, Conceição... O que perdi em cada vagão”, revela Uehbe.
Com produção de Wagner Bernardes e lançamento assinado pelo selos Rota Recs e RedStar Recordings, “Bomayê” conta com as faixas “Ali”, “Mais Uma Estação”, “Honestidade” e uma releitura de “Hey Ho Catadão”, música do álbum, “Subvivência” do Rota 54. “O disco vem num contexto pós pandemia e sobretudo pós governo Fascista no Brasil, onde todo o histórico genocida do país ficou escancarado na forma que o governo conduziu a pandemia, a questão dos povos originários, as políticas públicas de inclusão das minorias etc. A capa do disco mostra essa face do estado brasileiro que há mais de 500 anos elegeu seus alvos e que no último período intensificou a política de sua eliminação”, explica o vocalista.
Além de Caio Uehbe (vocal e guitarra), a banda é formada por Daniel Moura (guitarra), Camarada Renan (baixo) e Vinícius Coelho (bateria). O Rota 54 fará o show de lançamento do EP, disponível também em CD, em 11 de março na capital paulista.
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