Em dezembro de 2019, a banda Plebe Rude reapareceu com fôlego renovado ao historiar os caminhos tortos da humanidade no primeiro volume do conceitual álbum duplo Evolução.
Com 14 das 28 músicas do repertório, apresentado em ordem cronológica, o álbum Evolução vol. 1 seria sucedido em 2020 pelo segundo volume, este dedicado aos acontecimentos século XX.
Com a pandemia, o álbum Evolução vol. 2 teve o lançamento adiado, mas começa a despontar no horizonte no segundo semestre de 2021.
O primeiro single do segundo volume de Evolução, 68, tem a edição estrategicamente agendada pela gravadora Farol Music para 7 de julho porque, nesse dia, há 40 anos, a Plebe Rude entrou em cena pela primeira vez, em Brasília (DF), reforçando o movimento punk que, em 1981, já fervilhava entre os blocos de concreto da capital federal.
Como o título do single 68 já sugere, a Plebe Rude discorre sobre 1968, o ano que “acabou entrando para a História”, para citar verso da letra da composição assinada por Philippe Seabra (voz e guitarra) e André X (baixo e vocal), integrantes da formação original da banda, atualmente também integrada por Clemente Nascimento (guitarra e vocal) e Marcelo Capucci (bateria).
♪ Eis a letra de 68, música em que a Plebe Rude cita fatos e personalidades marcantes do ano que acabou entrando para a História:
68
(Música e letra de Philippe Seabra e André X)
“Ergam os punhos pros direitos civis
Do gramado em frente à Casa Branca as ruas de Paris
No Vietnã a caça a Ho Ching Minh
E na América o assassinato do Martin Luther King
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
A Primavera de Praga acendeu
Uma chama de esperança pelo leste europeu
No Araguaia a mobilização
Enquanto o AI-5 trucidava a constituição
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Esquentem a guerra fria e saibam sim
É proibido proibir
Dezembro de 68 partiu em missão
O Apollo 8 com a humanidade na tripulação
Circundou a lua e vimos pela primeira vez
A aurora de um planeta e toda sua insensatez
O nascer da terra pra lembrar do que já esquecemos
A lua que iluminava a selva do Vietnã
A mesma luz que o Mandela via da prisão
Que refletia na sepultura do Martin Luther King
A luz que a força bruta não consegue extinguir
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Queremos o impossível para mim
Esquentem a Guerra Fria e saiba, sim,
É proibido proibir”
Fonte-G1.GLOBO.COM
Por Mauro Ferreira
Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos